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| Primeiro daguerreótipo |
Depois da morte de Niépce, Daguerre continuou as suas experiências com chapas revestidas a prata e sensibilizadas com iodeto de prata, abandonando definitivamente o betume. Descobriu que o vapor de mercúrio revelava as imagens, o que permitia reduzir radicalmente a duração da exposição. Mas faltava saber como parar a ação da luz sobre a prata, o que provocava o escurecimento da imagem até o seu desaparecimento. Em 1837, ele descobriu um processo para interromper a ação da luz, um banho de cloreto de sódio (o sal vulgar). Surge o primeiro daguerreótipo.
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| Paris Boulevard 1839 |
Os primeiros daguerreótipos eram de má qualidade pois eram facilmente estragados pelos dedos e pelas variações de temperatura e umidade. Não se prestava à multiplicação e o tempo de exposição era longo, variando entre quinze e trinta minutos. A sua famosa fotografia "Paris Boulevard", de 1839, mostra uma rua de Paris que parece deserta. Esta sensação se deve a sua longa exposição (cerca de 20 minutos), o que fez com que tudo o que se movesse não ficasse registado na imagem. Vê-se uma única pessoa, com um pé pousado num fontanário, que era um amigo do fotógrafo, que permaneceu imóvel durante o tempo da exposição.
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| Primeiro Negativo |
Entretanto, em 1835 o sábio e matemático inglês William Fox Talbot tinha conseguido obter o que pode ser considerado o primeiro negativo da história da fotografia, denominado Calotipo. Este foi obtido ao expôr papel sensibilizado, durante cerca de dez minutos, à luz direta do sol. Para corrigir a inversão inicial das imagens obtidas, Talbot colocou outra folha de papel sensibilizado com prata sobre a imagem negativa (parafinada para ficar transparente) e expôs as duas diretamente à luz, ficando a segunda folha com a imagem positivada. Este processo é usado até hoje para positivar os negativos produzidos em papel realizados com a pin-hole.
A partir desse momento a evolução foi enorme. Foi aumentada a sensibilidade das chapas, recorrendo ao brometo de prata como acelerador e a posição invertida da imagem foi corrigida acrescentando prismas à objectiva. Em 1851, Frederick Scott Archer, um escultor inglês, publicou um artigo sobre as vantagens da utilização do colódio úmido, que se tornou extremamente popular na fotografia, aplicado em positivos de vidro. Nas grandes viagens, os retratistas, como Julia M.Cameron, Nadar e outros, usaram o colódio úmido e depois colódio seco, até Richard Maddox inventar as placas de gelatina seca, em 1871, que reduziu bastante o tempo necessário para registrar imagens.
Em 1871, o tempo necessário para registar imagens fotográfica foi reduzido com a introdução de placas de brometo de gelatina conserváveis, a gelatina seca, pelo médico e microscopista inglês Richard Leach Maddox. Essa invenção foi de grande importância para a fotografia e foi, nos anos seguintes, aperfeiçoada por John Burgess, Richard Kennett e por Charles Harper Bennet, que conseguiram fabricar placas secas mais leves e de utilização mais cômoda. Estas começaram a ser fabricadas por diversas firmas na Europa e nos Estados Unidos, a partir de 1878.
A partir de então, surge uma nova era para a fotografia. Na origem, o suporte era vidro coberto com uma emulsão de brometo de prata colocada sobre gelatina especialmente preparada. Em 1883, o vidro, frágil e de manuseio difícil, foi substituído pelo celulóide, o que se pode considerar como a primeira película.
E assim, no final do séc. XIX, à fotografia, chega a película em rolos de papel, substituível mesmo à luz do dia, fabricada e vendida a partir de 1888, pela Eastman Company de Nova Iorque.


