quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Comunicado

Olá pessoal,
          Gostaria de pedir desculpas pela minha demora em postar no blog, mas, se eu tenho dificuldade de escrever em um, imagina ter que escrever em dois blogs diferentes. O blog Muito Além da Lente foi criado para o pessoal que participa do workshop de fotografia que eu estou dando. Por esse motivo estou dando uma parada nesse blog e passando tudo para o “Muito Além da Lente”, lá vocês vão encontrar fotos minhas e do pessoal do workshop, apostila de fotografia e textos, e muito mais sobre esse vasto mundo da fotografia analógica e digital.
          Encontro vocês lá. Um abraço.

          Jorge Victor de Lima Junior.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

WORKSHOP DE FOTOGRAFIA DIGITAL

WORKSHOP DE FOTOGRAFIA DIGITAL:
ENQUADRAMENTO
  
DATA: 13 de novembro de 2011. 
LOCAL: Parque Lage
  

      Após a bela introdução que houve no encontro realizado no Mosteiro de São Bento, no Centro, será realizado um novo workshop para o módulo Enquadramento.
Nesse módulo, será explicado como não fotografar com o horizonte torto, a regra dos terços, ponto ouro e mais. Dessa vez não vai ter moleza, vamos fotografar. 
Parte do grupo chegará às 9h para tomar o maravilhoso café da manhã, que é servido no Parque Lage. Contudo, as atividades do workshop apenas terão início às 10h e terá aproximadamente 2 horas.
Pedimos a todos para levarem o manual da máquina. Quem não o tempode entrar no site do fabricante e baixar. Se não conseguir, mande um e-mail que baixaremos para vocês.
São apenas 20 vagas disponíveis, que serão reservadas mediante confirmação de pagamento.
      Maiores informações no blog:

domingo, 4 de setembro de 2011

História da Fotografia (Parte 2)

Primeiro daguerreótipo

      Depois da morte de Niépce, Daguerre continuou as suas experiências com chapas revestidas a prata e sensibilizadas com iodeto de prata, abandonando definitivamente o betume. Descobriu que o vapor de mercúrio revelava as imagens, o que permitia reduzir radicalmente a duração da exposição. Mas faltava saber como parar a ação da luz sobre a prata, o que provocava o escurecimento da imagem até o seu desaparecimento. Em 1837, ele descobriu um processo para interromper a ação da luz, um banho de cloreto de sódio (o sal vulgar). Surge o primeiro daguerreótipo.
Paris Boulevard 1839
      Os primeiros daguerreótipos eram de má qualidade pois eram facilmente estragados pelos dedos e pelas variações de temperatura e umidade. Não se prestava à multiplicação e o tempo de exposição era longo, variando entre quinze e trinta minutos. A sua famosa fotografia "Paris Boulevard", de 1839, mostra uma rua de Paris que parece deserta. Esta sensação se deve a sua longa exposição (cerca de 20 minutos), o que fez com que tudo o que se movesse não ficasse registado na imagem. Vê-se uma única pessoa, com um pé pousado num fontanário, que era um amigo do fotógrafo, que permaneceu imóvel durante o tempo da exposição.
Primeiro Negativo
      Entretanto, em 1835 o sábio e matemático inglês William Fox Talbot tinha conseguido obter o que pode ser considerado o primeiro negativo da história da fotografia, denominado Calotipo. Este foi obtido ao expôr papel sensibilizado, durante cerca de dez minutos, à luz direta do sol. Para corrigir a inversão inicial das imagens obtidas, Talbot colocou outra folha de papel sensibilizado com prata sobre a imagem negativa (parafinada para ficar transparente) e expôs as duas diretamente à luz, ficando a segunda folha com a imagem positivada. Este processo é usado até hoje para positivar os negativos produzidos em papel realizados com a pin-hole.
      A partir desse momento a evolução foi enorme. Foi aumentada a sensibilidade das chapas, recorrendo ao brometo de prata como acelerador e a posição invertida da imagem foi corrigida acrescentando prismas à objectiva. Em 1851, Frederick Scott Archer, um escultor inglês, publicou um artigo sobre as vantagens da utilização do colódio úmido, que se tornou extremamente popular na fotografia, aplicado em positivos de vidro. Nas grandes viagens, os retratistas, como Julia M.Cameron, Nadar e outros, usaram o colódio úmido e depois colódio seco, até Richard Maddox inventar as placas de gelatina seca, em 1871, que reduziu bastante o tempo necessário para registrar imagens.
      Em 1871, o tempo necessário para registar imagens fotográfica foi reduzido com a introdução de placas de brometo de gelatina conserváveis, a gelatina seca, pelo médico e microscopista inglês Richard Leach Maddox. Essa invenção foi de grande importância para a fotografia e foi, nos anos seguintes, aperfeiçoada por John Burgess, Richard Kennett e por Charles Harper Bennet, que conseguiram fabricar placas secas mais leves e de utilização mais cômoda. Estas começaram a ser fabricadas por diversas firmas na Europa e nos Estados Unidos, a partir de 1878.
      A partir de então, surge uma nova era para a fotografia. Na origem, o suporte era vidro coberto com uma emulsão de brometo de prata colocada sobre gelatina especialmente preparada. Em 1883, o vidro, frágil e de manuseio difícil, foi substituído pelo celulóide, o que se pode considerar como a primeira película.
      E assim, no final do séc. XIX, à fotografia, chega a película em rolos de papel, substituível mesmo à luz do dia, fabricada e vendida a partir de 1888, pela Eastman Company de Nova Iorque.
 

domingo, 3 de abril de 2011

Megapixels

      Nessa postagem eu quero falar sobre algo que muita gente pergunta na hora de comprar uma câmera fotográfica: “De quantos Megapixels eu devo comprar para ter boas imagens?”
      Na verdade a quantidade de Megapixels não é o único responsável pela qualidade da imagem, isso é uma ideia errada que os fabricantes e vendedores de máquinas tentam colocar nas nossas cabeças para poderem vender máquinas mais caras.
      Mas então o que é esse tal de Megapixel?
      Para tentar explicar, primeiro é preciso entender o que é Pixel.


Pixel é o menor elemento de uma imagem digital.
      Quando você aumenta muito uma imagem para fazer um retoque ou mudar alguma coisa, começa a ver essa imagem como quadradinhos. São esses quadradinhos que vão formar a imagem e são a esses quadradinhos que damos o nome de Pixels. Um megapixel é igual a um milhão de pixels. Sendo assim, uma câmera de 6 Megapixels, ou 6 MP, terá 6 milhões de pixels. A princípio, podemos dizer que, quanto maior for a quantidade de pixels maior será a qualidade da imagem. Porém, os pixels não têm um tamanho definido, eles podem ser grandes ou pequenos e como são eles que vão formar a imagem, essa variação de tamanho implica em guardar mais ou menos informação e, assim, a imagem será mais suave, tendo mais variações entre o branco e o preto. Esse tamanho vai variar em função do tamanho do CCD da câmera. 

      Ai complicou! O que é CCD?
 
      Sem entrar muito em linguagem técnica para explicar, o CCD é exatamente o chip que tem a função de capturar a imagem. É o carinha que substituiu o filme e é nele que estão os pixels. Um CCD de tamanho maior mais com a mesma quantidade de pixels terá uma imagem de qualidade maior.




Por exemplo:
      Se tivermos um CCD de 3mm de largura por 2mm de cumprimento com 6 megapixels e outro de 6mm de largura por 4mm de cumprimento com os mesmos 6 megapixels, os pixels do segundo serão maiores que os do primeiro podendo, assim, guardar mais informação e tendo como resultado final uma imagem de melhor qualidade.


      Ai você está pensando: esse papo “tá” muito legal; já entendi que megapixel são mil pixels e que pixel é aquele quadradinho que forma a imagem; também sei que só a quantidade de pixels de uma máquina não diz que a imagem será de boa qualidade, o tamanho do CCD também influência nisso, e que CCD é o chipezinho que ficou no lugar do filme. Tudo certo mas, como eu vou saber o tamanho do CCD da máquina quando eu for comprar? Vou ter que levar a régua?
      Quase isso. A maneira de saber o tamanho do CCD de uma maquina é simplesmente lendo as especificações do equipamento. Vou dar dois exemplos. 


Exemplo 1: Sony Cyber-Shot DSC-W7
 

Especificações
Megapixel: 7.2 MP
Tipo de Câmera: Compacta
Tipo de Display: Display LCD - matriz ativa TFT - 2.5" - colorida
Formato de imagem: JPEG
Distância focal: 7.9 mm - 23.7 mm
Abertura da lente: F/2.8-5.2
Tipo sensor óptico: Super HAD CCD
Total de Pixels: 7410000
Tamanho do sensor óptico: 1/1.8"

 
Exemplo 2: Nikon SLR D70

Especificações
Megapixel: 6.1 MP
Tipo de Câmera: Reflex
Tipo de Display: Display LCD - matriz ativa TFT - 1.8" - colorida
Formato de imagem: JPEG, RAW, RAW + JPEG
Distância focal: 28 mm - 80 mm
Abertura da lente: F/3.3-5.6
Tipo sensor óptico: CCD
Total de Pixels: 6240000
Tamanho do sensor óptico: 23,7 x 15,6mm



      A câmera do exemplo 1 é compacta e tem um sensor de 1/1.8 que equivale a 7,176 x 5,319mm , já a do exemplo 2 é uma SLR com um sensor de 23,7 x 15,6mm. Embora a primeira tenha 7.2 megapixels e a segunda só 6.1 megapixels, o CCD da segunda e maior que o da primeira e como consequência disso um pixel maior e capaz de guardar mais informações produzindo uma imagem de muito melhor qualidade mesmo tendo uma quantidade de pixels menor. Como consegui essas informações? Mercado Livre

      Agora você já sabe que a quantidade nem sempre é sinal de qualidade. As informações técnicas estão disponíveis para quem quiser ver. Pode entrar no site do fabricante ou fazer aquela coisinha chata que a maioria das pessoas detesta: ler no manual.
      Como o tamanho do CCD pode vir escrito de duas maneiras, o tamanho real em milímetros ou em polegadas da diagonal, para você não ficar fazendo conta− e confesso que nem eu faço−, vou colocar uma tabelinha com essas conversões.

Tipo (Pol)Tamanho (mm)
1/3.6"4,000 x 3,000 mm
1/3.2"4,536 x 3,416 mm
1/3"4,800 x 3,600 mm
1/2.7"5,317 x 4,035 mm
1/2.5"5,760 x 4,290 mm
1/2.3"6,160 x 4,620 mm
1/2"6,400 x 4,800 mm
1/1.8"7,176 x 5,319 mm
1/1.7"7,600 x 5,700 mm
2/3"8,800 x 6,600 mm
1"12,800 x 9,600 mm
4/3"18,000 x 15,700 mm
1.8" *23,700 x 15,700 mm
Filme 35 mm36,000 x 24,000 mm

      Claro que ninguém vai decorar essa tabela, é só pra ter uma noção dos tamanhos. Lembrando que a partir de 1.8”, entramos nas câmeras SLR ou mais profissionais. Coloquei também qual seria o tamanho do CCD para um filme de 35 mm.
      Espero que essas informações tenham servido de algo.

quinta-feira, 31 de março de 2011

VISTA CHINESA E MESA DO IMPERADOR


      Meus amigos sabem que adoro fotografar paisagens e, por isso, além de postar matérias sobre fotografia, também vou colocar aqui alguns passeios que eu fiz. Vou procurar sempre fazer uma apresentação do local e depois vocês poderão ver as fotos. Fiquem à vontade para fazer comentários.
      A primeira postagem de passeios que vou colocar será da caminhada a Vista Chinesa e Mesa do Imperador. Acompanhado de minha fiel companheira de passeios e caminhadas, Vivi −na verdade foi ela que me levou−, fomos a um dos maiores pontos turísticos do Rio de Janeiro. Localizado na Floresta da Tijuca, na subida do Alto da Boa Vista, a Vista Chinesa é famosa por ter um mirante com vista espetacular da cidade do Rio de Janeiro. Também é muito apreciado por atletas de esportes radicais, principalmente mountain bike, skate e montanhismo. Ela é considerada o maior monumento em homenagem a um país oriental de toda América Latina e já ganhou um premio na China como o melhor portal chinês fora da China.
      A Mesa do Imperador é só seguir um pouco mais. Pertinho uma da outra ela é literalmente uma mesa feita de pedra e com duas palmeiras dos lados. Servia como ponto de repouso nos frequentes passeios da Família Real pela região.
      Infelizmente no dia que fomos o tempo cismou de nublar, só na hora que estávamos lá; na descida, abriu um lindo sol. De qualquer forma, a vista é linda e vale a pena o esforço de chegar lá em cima. Claro que vocês também podem ir de carro, mas onde estaria a graça?
GALERIA 1 – VISTA CHINESA E MESA DO IMPERADOR

Vista Chinesa- Rio de Janeiro, RJ

quarta-feira, 30 de março de 2011

História da Fotografia (Parte 1)

      Desde a antiguidade já se conhecia o fenômeno da produção de imagens pela passagem da luz através de um pequeno orifício. Por volta do século XVI, a câmera escura facilitava o trabalho de artistas e cientistas na produção de imagens. John Dollond, ótico inglês, em 1757, construiu as primeiras lentes para telescópio que foram adaptáveis à câmera escura. Tal adaptação melhorou muito a qualidade das imagens desenhadas; no entanto, o maior desejo dos pesquisadores era a autogravação das imagens.
      A descoberta dos efeitos do sol nos sais de prata permitiu aos cientistas observar o escurecimento do papel mas, ainda faltava descobrir uma maneira de interromper esse processo e fixar a imagem.
      Foi só no século XIX que o francês Joseph Nicéphore Niépce, utilizando cloreto de prata sobre o papel  e betume-da-judeia, conseguiu após 8 horas de exposição, fixar uma imagem em uma placa metálica. Esta imagem, que está conservada até hoje,  foi tirada da janela de sua casa no verão de 1826 e é considerada a primeira fotografia conseguida no mundo. A esse processo, Niépce deu o nome de Heliografia (escrita do sol).
      Paralelo aos estudos de Niépce, um outro francês desenvolvia efeitos visuais para espetáculos, Louis-Jacques Mandé Daguerre. Seu invento chamado de Diorama combinava efeitos de luz e pinturas panorâmicas dando a sensação de movimento.
Nicépe e Daguerre começaram a trocar correspondências. Após a morte de Nicépe, Daguerre, em 1829, desenvolve um processo que consistia numa placa de ouro e prata, exposta em vapores de iodo, desta maneira, formava uma camada de iodeto de prata sobre si. Quando numa câmara escura e exposta à luz, a placa era revelada em vapor de mercúrio aquecido, este aderia onde havia a incidência da luz mostrando as imagens. Estas, eram fixadas por uma solução de tiossulfato de sódio. Esse processo ficou conhecido por daguerreotipo e, embora não permitisse cópias o sistema, se popularizou devido a qualidade da imagem e ao reduzido tempo de exposição. Esse popularização deu origem as especulações sobre o  fim da pintura e inspirou o surgimento do movimento que ficaria conhecido como Impressionismo.
      Em paralelo as descobertas de Nicépe e Daguerre, outro francês, mas desta vez radicado no Brasil, começa suas pesquisas na área de impressão. Antoine Hercule Romuald Florence que chegou ao Brasil em 1824, inventa seu próprio meio de impressão a Polygrafie ou Polygraphia, sistema de impressão de todas as cores primarias. Impressão semelhante a de um mimeógrafo. Florence gosta da ideia de procurar novos meios de reprodução e descobre isoladamente um processo de gravação através da luz, que batizou de Fotografia em agosto de 1832, ou seja três anos antes de Daguerre.
      Habilidoso, mas solitário, no ano de 1833, inventou uma câmera fotográfica rudimentar. Utilizou uma chapa de vidro em uma câmera escura, cuja imagem era passada por contato para um papel sensibilizado, descobrindo isoladamente a fotografia no Brasil. Quando Florence soube da pesquisa realizada, na França por Daguerre, abandona suas pesquisas.
      Trabalhou sem descanso no processo de fixação de imagens através da luz solar. Suas anotações e pesquisas são elementos relevantes para nos levar a crer que ele antecedeu Daguerre na invenção da fotografia. A anotação em seu diário é bem clara:
“A fotografia é a maravilha do século. Eu também já havia estabelecido os fundamentos, previsto esta arte em sua plenitude. Realizei-a antes do processo de Daguèrre, mas trabalhei no exílio. Imprimi por meio do sol sete anos antes de se falar em fotografia. Já tinha lhe dado este nome; entretanto, a Daguèrre todas as honras.”
      Hoje, com acerto, Hercules Florence é reconhecido como o pai da fotografia. Florence morreu em Campinas, em 27/03/1879.

Primeira fotografia tirada por Niépce